"TRISTE REALIDADE"
As mesmas flores que outrora embelezavam a vida
Agora se veem saudosas numa celebração da mesma recolhida
Para um corpo que volta ao pó seguindo à tradição
No Livro Sagrado contida para fortalecer a origem da criação.
Um momento de dor e até mesmo de confraternização
Enquanto uns choram à cabeceira, outros se alegram na ocasião:
Aqueles pela perda de um ser, no mínimo um ente querido;
Estes, justificando-se pela falta de tempo no trabalho exaurido.
Apenas uma verdade, que às vezes muito revolta,
No entra-e-sai, entre beijos e abraços,
Segue o cortejo. É mais um corpo sem volta.
E corpos cansados e até famintos refazem sem embaraços
Suas novas jornadas numa batalha de transição
Já que aquele corpo enterrado já não faz qualquer oposição.
(ARO. 2003)