OS SENTIDOS DO MEDO
A noite velha só era nevoeiro,
medonha como túmulo do eterno!
E como se coberta num aranheiro,
era puro reflêxo vil do averno!
Talvez fosse, quem sabe, a escuridão,
que é mãe de todos os medos e funestos,
que a fizesse ouvir gritos d’aflição,
mumúrios, gemidos indigestos!
Embora inda estivesse bem consterna,
pode vir por entre os baixos coqueiros
um vulto angelical [na caminhada]!
E então ouviu uma voz branda, doce e terna...
A voz do Anjo bradou em tons d’escudeiros:
- Sou o teu Anjo protetor! Não temais nada!