Globo de Cristal

*

São os mesmos olhos, com outro esplendor.

Como o brilho das estrelas distantes

Que tiritam, tímidas, inconstantes,

Por sofrerem, em silêncio, de amor.

Ao vê-la, sinto no peito alguma dor,

Um desânimo sentido nunca antes,

Quando éramos tão noviços amantes

E cada beijo o aroma de uma flor.

Chovem lágrimas neste coração.

Relampeja, ensurdece o trovão

E a cabeça rodopia em espiral.

Eu amo-a. Como jamais amarei alguém.

E ela? Talvez amor! Talvez desdém!

E o futuro num globo de cristal.

Adrianus
Enviado por Adrianus em 07/03/2012
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