PASSAGEIRA
Notei um esquilo, correndo na mata
A cauda curvada, num 'esse' preciso.
O olhar muito vivo, redondo, arrebata.
Nos verdes do bosque, mal via seu piso.
Subiu na nogueira e, uma noz entre as patas,
Passou a comer, sem sinal, nem aviso...
A vida ao redor, descansava pacata;
Os galhos dançavam ao vento indeciso.
Assim a paixão, emoção passageira,
É cena fugaz na paisagem da vida,
Um parco alimento das nossas vontades
E marca perene da dor tão primeira;
A força mais forte, no tempo esquecida,
Fatal ilusão, que nos mata e se evade.
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