Desejo Proibido

*

Tal lividez funérea, que a lua inveja,

De um corpo nu, em esquife fosfóreo,

Excita o olhar do amante, em velório

Num recanto penumbroso da igreja.

Nos lábios roxos tão de leve a beija

À luz débil do círio merencório,

E é tal o seu anseio, proibido, notório,

Que recua logo antes que tarde seja.

Uma lágrima de amor vai rolando

No peito dela, que parece arfando,

Como se à vida quisesse voltar.

Um último olhar. Um último adeus.

Alma tão pura elevando-se aos céus

E camélias do caixão a despontar.

Adrianus
Enviado por Adrianus em 06/03/2012
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