Sem medo
Não tenho medo do escuro,
Nem dos estranhos que rondam a noite,
Nem mesmo da dor do açoite,
Nem de ficar atrás do muro;
Não tenho medo, por isso sigo,
Por isso não páro e não quero morrer,
Também não tenho pressa de viver,
Por isso levo a morte sempre comigo.
Não sou assim, destemida,
Mas arrisco sim, sem hesitar,
Porque não tenho medo da vida;
Não tenho mais medo de sonhar,
Pois o sonho passa, e eu, esquecida,
Afirmo o passo e continuo a caminhar.