Des(amores)
Por esses caminhos que um dia andei,
Em suaves devaneios sempre me perdi.
Mas esses sonhos que em algum lugar larguei,
Não levaram aquele que está preso a ti.
Sempre vagarosas, as lembranças vem;
Com silenciosas saudades esse peito convive.
Mas me diga, moço: nesse mundo há alguém
Que sem morrer de amores vive?
Desse tal sentimento que de tão bom, tortura.
Que se aproveita de sua própria grandeza,
E nos leva a uma divina comédia, a uma doce loucura.
Mas ainda que machuque mais que nesses versos caberia,
Eu afirmo com inigualável certeza:
De amor, do amor e por amor, eu morreria.