NavegArte

Navegar-te, sem bússola, Poesia,

É navegar em frios oceanos mancos.

Há quem diga, que é fundear versos brancos

Nas ondas murchas dum final de dia!...

Nem sempre aprumarei com maestria...

Algumas vezes irei com os bandos

Das aves migratórias, e os meus cantos

Entoarão os sons da rebeldia.

Mas, se os ocasos me desnortearem

E na minha trist'alma abalroarem,

Sei que terei a fúria como aviso!

Tolera, então, que afronte mares novos,

Que testemunhe, só, longínquos povos,

Pois sei que "Navegar-te é preciso...”