Homem de Triste Sina

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Deixem as rosas florir no Inverno

Para que os meus olhos, mais que turvados,

Sejam pela última vez agraciados

Por tal beleza, tal aroma eterno.

Que venha a brisa, de tão suave e terno

Sussurrar, dizer-me que os meus pecados

Já foram pelo Altíssimo perdoados,

Pois que já vislumbro os portões do Inferno.

Por último, num acto derradeiro,

Ajoelho no altar, como um cordeiro,

Tão à mercê da lâmina divina.

Já nada tenho. Nem vida, tampouco.

Fui sonhador, um descrente, um louco,

Um homem perdido, de triste sina.

Adrianus
Enviado por Adrianus em 03/03/2012
Código do texto: T3533075