Beijos em Ruínas

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Eu olhar-te não quero. Nem de soslaio.

Não por desprezo, ódio ou rancor,

Mas porque o peito extravasa d'amor

E eu sou, tão-somente, teu vil lacaio.

O mundo floresce ao cantar do gaio.

Papoilas vermelhas no prado em flor

E os olhos teus, de raríssima cor,

Glorificam as belezas de Maio.

Nem a tua voz, musical, encantada,

Faz-me assomar a cabeça dos ombros,

Ou d'ermos trilhos desviar a passada.

Adeus, amor meu. Para sempre adeus,

Que a minha vida é castelo em escombros,

Em ruínas caem beijos nos lábios teus.

Adrianus
Enviado por Adrianus em 03/03/2012
Reeditado em 03/03/2012
Código do texto: T3532095