Dor

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Há dias que nos sentimos esmagados

Pela consciência, que nos racha os ossos

Com o granito dos seus punhos grossos,

E a gemer ficamos, abandonados.

Dias outros, cruz de chumbo nos costados,

De seres humanos pálidos esboços,

Pseudo cristos em dez mil destroços

Expiando os vícios dos antepassados.

Em cada alma um santo, um mártir vivo

Que busca redimir-se pela dor,

Que d'espinhos vis se torna cativo.

Há dias beras que esfolam-nos a crú

E já pétala serena de flor

Em vão nos amortalha o corpo nú.

Adrianus
Enviado por Adrianus em 02/03/2012
Reeditado em 02/03/2012
Código do texto: T3531532