O matadouro

O Matadouro

Jorge Linhaça

Nas câmaras frias do matadouro

Espetados em ganchos afiados

Seres inertes de pele sem couro

Jazem sem vida e enfileirados

Quem guardaria o macabro tesouro

Por tantos anos lá enclausurado

Corpos vestidos com joias e ouro

Corpos molambos e esfarrapados

A sua história contada nas vestes

Atravessava dezenas de anos

Como se o tempo parado estivesse

Os restos frios dos corpos humanos

testemunhavam pra quem o quisesse

que o demônio cumpria seus planos.

Salvador, 1 de março de 2012