SONETO LÍQUIDO
Procura meus olhos, quase líquido
A molhar a imaginação, insólita figura
À água o desejo se mistura
A atração se dá em amor límpido.
Olhos não há, mas um coração bíblico
Força e graça nas amarras do desejo
As palavras vibram, sentido em lampejo
A coçar a mente por elo idílico.
A imagem se solidifica, cor mística
Da beleza que se despe na praça
Cantando a volúpia em arte rústica
O sabor abre os olhos, imagem lírica
Recita a forma úmida da graça
A escorrer das mãos livres da métrica.