SONETO LÍQUIDO

Procura meus olhos, quase líquido

A molhar a imaginação, insólita figura

À água o desejo se mistura

A atração se dá em amor límpido.

Olhos não há, mas um coração bíblico

Força e graça nas amarras do desejo

As palavras vibram, sentido em lampejo

A coçar a mente por elo idílico.

A imagem se solidifica, cor mística

Da beleza que se despe na praça

Cantando a volúpia em arte rústica

O sabor abre os olhos, imagem lírica

Recita a forma úmida da graça

A escorrer das mãos livres da métrica.

INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI
Enviado por INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI em 01/03/2012
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