Vinte e Nove de Fevereiro
Mesquinhez embrutecida e humana
Homens que furtam para enriquecer
Mortos com vida mecânica a tecer
Tecido destituindo o sentido engana.
Nos dias que se arrastam na morte
Sem sorte da vida sofrida padece
No inferno da vida a morte tece
Viagem ao fim das trevas um norte.
Piorando a cada segundo na dor aguda
E muda da desdita maldita carcome
Nas víboras céticas a ética que some.
Abissais da noite do humano insano
Fúrias que castigam o ser ufano
No prato o veneno diário que lida.
Obs. Dedicado a uma suicida qualquer deste dia que só se repete a cada vinte e oito anos numa quarta feira.