Solidão
Edir Pina de Barros

Enflora solidão nas minhas matas,
bravatas d’alma, que sozinha chora,
implora às forças dessas mil cascatas,
inatas, que ela parta com a aurora.
 
Senhora dessas caixas de Pandora,
ora vazias - mas coberta em pratas – 
sensata e predadora, cobra mora,
espora minha tez com mil chibatas.

Nata tristeza que o meu ser devora,
explora (com a fúria dos piratas),
à cata de uma orquídea em minha flora,
 
caipora de unhas finas - como as gatas
pacatas - chega sem pudor, demora,
Senhora de meu ser, de longas datas.
.
 



SOLIDÃO E SAUDADE
Odir Milanez

A solidão libera o lado oculto
do vulto que me volta transparente,
somente para ousar ser de meu culto
o insepulto vulto à minha frente.

Presente na saudade, tão somente,
semente assemelhando um ser adulto,
estulto senso a se vestir de gente,
mente mudança e vem pedir-me indulto.

Consulto a solidão do vulto inviso
previso na visita da saudade,
podestade que nunca deixa aviso.

Friso no vulto haver dualidade:
É de verdade a parte que diviso,
mas preciso saber d'outra metade!
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 29/02/2012
Reeditado em 19/06/2020
Código do texto: T3526487
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