Da arte da mumificação
Que posso mais querer desse canto viral,
O guardião tão só da pureza verbal,
senão que morram jovens, novos intentos
posto que antigo sou, quase monumento.
Cale-se musa da juventude, morra,
Eis-me senhor da escrita, puro lirismo,
mumificado em pleno parnasianismo,
não há modernidade que lhe socorra.
Perto da morte estou, medo que incendeia...
poeta, se sou, de porta de cadeia,
rima forçada, métrica tão risível,
Digo apenas que sou assim, tão sensível...
É que as idéias abandonadas foram,
quando fui embalsamado. Então, sofram...