"SONETO DA DESPEDIDA"
--AS PEDRAS ROLAM –
E eis que mais uma vez a hora chega para a despedida.
Um gesto amargo de saudade envolve cada coração,
Uma névoa de tristeza enche os olhos, tapa a visão,
É como se uma onda gigantesca sufocasse aquelas vidas.
Os encontros matinais e rotineiros deixarão de existir.
Por certo, um e outro manterão o mesmo rumo ainda
Enquanto a maioria, tendo o caminho na berlinda,
Sumirá na poeira da estrada, sem rastro a se seguir.
Mas, sempre se soube que essa hora chegaria, cedo ou tarde,
E eis que ela surge antes mesmo de qualquer aviso
Para enlutar a alma, para desabrochar a dor.
E cada um seguirá os passos que em seu destino arde,
Seguindo os horizontes que em sua mente se fez preciso,
Enquanto, por aqui, fica este soldado do ensino, seu Professor...
(ARO. 1995)