HERANÇAS DE ESCRAVO.
       soneto-35.


Nascido já em desventuras pela sua cor,
Tal miserável de infância sem alegrias,
Tão jovem forte sem nenhum penhor,
Vendido como uma infame mercadoria.

Sem ter direito de provar sua humanidade,
Considerado como estúpidos animais,
Era humilhado e pelo açoite em crueldades,
Pela ignorância de amaldiçoados capatazes.

Nas fazendas de café e grandes engenhos,
Qual miserável pobre negro em desdenho,
De suas feridas os alívios eram zombarias.

Lacrimejava abatido a pensar em liberdade,
Pobre infeliz carregava os sinais da crueldade,
Que só findavam-se ao depor-se em tumba fria.

Cosme B Araujo.
27/02/2012.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 27/02/2012
Reeditado em 05/03/2012
Código do texto: T3523255
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