LAPSOS
Quis fazer uma quadra perfeita
ancorada nas regras reais.
Quando o Sol no horizonte se deita
os teus braços me trazem a paz.
Quis fazer, mas perdi a receita,
não sei mais como a quadra se faz
– se depende das linhas estreitas
ou da pausa que encerra os finais.
Sem receita, o poema capenga
e não sabe por onde caminha,
vai perdido, banal ladainha.
Sobra o verso que está por morrer,
e acabou por virar lenga-lenga,
sem tensão, só uma peça que arenga.
nilzaazzi.blogspot.com.br