NÃO SEI

Tenho saudade, não sei bem do quê:
De alguém que acaso (nunca) conheci,
Ou de alguma época que (não) vivi;
Saudade que não posso compreender...
 
Sinto uma ânsia em todo anoitecer:
Vontade de correr e de sumir
Ou de vomitar tudo o que engoli;
Me encontrar de uma vez ou me esconder...
 
Eu não quero minha realidade,
Tampouco quero um viver tão monótono.
Quero a primavera, quero o outono:
Sou bem assim, toda essa ambiguidade...
 
Dói meu peito, o tempo assoberbado:
Acho que é saudade do meu bordado...


 
Fotos da autora


 
 

Inteligente interação do poeta Lucas Kind.  Obrigada, meu caro, por abrilhantar esta página!

Quando a saudade arde no peito
 Ainda mais de quem não se conhece
Gera um sentimento que padece
 Conjugando pretérito imperfeito

 Essa ânsia que te atormenta
 Da madrugada ao clarear do dia
 Não te larga nem com simpatia
 Mas tu és forte, o coração aguenta

 Vives assim nesse paradoxo
 Monótona vida acelerada
 Apegada ao teu jeito ortodoxo

 Apesar desses versos complexos
 Queira também verão e primavera
 Ao sabor de equinócios reflexos!


publicado também no meu site
 
Vânia Gomes
Enviado por Vânia Gomes em 26/02/2012
Reeditado em 01/07/2014
Código do texto: T3521401
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