PEDRAS PARALELAS
Odir Milanez
O instante do encontro com o nada,
um nada que por vezes diz de tudo
na voz do vento, nessa voz calada
de quem, perdendo a fala, fala mudo.
Viagem breve. Última morada.
Lágrimas lentas, sentimento agudo
de compunção por cena já passada,
repleta de carência e conteúdo.
Aqui eu venho, em ritos ilusores,
rezar no mausoléu dos meus amores,
perenando entre pedras paralelas.
Alguns, alegres, trazem suas flores.
Eu vim trazer apenas minhas dores
sabendo que voltar irei com elas...
JPessoa/PB
26.02.2012
oklima
Sou somente um escriba
que escuta a voz do vento...
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