DESÍGNIOS

Fingia a dor sentir prazer no canto
A morbidez calar débil alegria.
Oculta a mágoa, o espírito sorria,
Falso sorriso d' um funesto pranto.

E calou-se uma voz, ouviu-se o espanto
Do espírito de luz n'alma sombria,
Duelo de um ser com outro ser que havia
Fingido o encanto frente ao desencanto.

Era a vida o destino reinventando
Como a morte, rival, zomba da vida;
E nas  flores os desígnios da sorte.

Alegria ou tristeza vai enfeitando
Adesumana vida desta lida
Desde o berço da vida ao umbral da morte
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RUÍNAS DO MEU TETO

Se eu deixar de escrever, talvez não diga
O sentimento oculto que me dera
O instinto sem razão fez-se uma fera
Invisível que o corpo à alma liga.

Talvez meu pensamento 'inda prossiga
Obstinadamente como eu era.
Mas, desfazendo o enigma que eu fizera,
Ser um poeta já não mais consiga.

Se o acaso, enfim, declinar-me o afeto
E um fardo de ilusões pesar-me aos ombros,
Destruirei meus versos. Eu prometo!

Meus versos serão ruínas do meu teto
Fragmentados sob os meus escombros
Restos de estrofes deste meu soneto.
LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 25/02/2012
Reeditado em 03/02/2013
Código do texto: T3520139
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