CANTO URBANO

CANTO URBANO

Pelos cantos urbanos, oprimido,

Em busca dos acessos tão cantados,

Torna-se massa de desamparados,

O povo do sertão, dele partido.

E nas favelas, de novo excluído,

A carregar a cruz dos condenados,

À carência total sentenciado,

Amarga a dor de haver pobre nascido.

Assim, distante da felicidade,

Ferido na cultura, aculturado,

Sofre as dores cruéis da desventura.

E nos cantos das vilas das cidades,

Esse povo, lá e cá, desrespeitado,

Morre à míngua na busca da fartura.