Flauta indígena
Flauteias, ó índio, em solidão obscura,
as notas viajam entre mundos vizinhos
réquiem dos espíritos que jazem sozinhos
remanescentes da extinção prematura
Melodia nostálgica de um pretérito
perfeito ou imperfeito modo de vida
nas brumas do tempo a cultura esquecida
relegada à sombra de um mundo decrépito
Quem sabe nos campos sagrados de Manitu
em meio aos bisões, cavalgando mustangues,
ainda encontres a herança desse teu sangue.
Fluindo no peito dos que foram, como tu,
destituídos das terras dos seus ancestrais,
e que hoje cavalgam em campos celestiais
Jorge Linhaça
11 de julho de 2007