GOSTO DE SAUDADE
GOSTO DE SAUDADE
A areia morna após dia quente e abafado
Massageiam meus pés nus fazendo folia
Convidando-os ao repouso, logo descartado
Na caminhada silenciosa sem parceria
De repente uma lágrima solitária canta um fado
Bailando rosto afora em minha pele macia
Molhando meus lábios num ritmo complicado
Com gosto de saudade escorrendo sem poesia
Abraço-me tentando expulsar o pensamento
Que invade insolente meu corpo de arrepios
Encantando meus sentidos preenchendo o vazio
Cortejados, os meus cabelos dançam ao vento
Molhados, meus lábios buscam em vão o beijo
Para aplacar os acordes sem juízo do desejo.
Norma Bárbara