Ao passar do Vento

Ao teu passar, oh Vento!

Esqueço de tudo...

Se a luz, louvor de tudo que é perfeito,

Pousasse sobre o triste passo irado,

Tudo o que faz lembrar-se do passado,

Em ternura... Ter-se-ia por desfeito.

E tudo que arde, e sente, e que é defeito

Seria, dos teus olhos, apagado.

E aquilo que anda, e perde-se... Elevado

Ao Ar que vai, retumba, e arde no peito!

O tempo, cruz dos versos tão vitais,

Vem, e passa, e retorna, e resplandece...

Incendeia, suspira... Nunca morre.

O vento, ao qual meu peito se emudece,

Grita, e canta, surpreende e me socorre...

Pera eu ditar seus brados imortais.

*Decassílabos no ritmo heroico

*Esquema rimático: ABBA-ABBA-CDE-DEC (mesmo esquema de "Soneto de Fidelidade")

25/02/2012

Innocencio do Nascimento e Silva Neto
Enviado por Innocencio do Nascimento e Silva Neto em 25/02/2012
Reeditado em 06/01/2013
Código do texto: T3519817
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