Rara Beleza
Por todos, ela nunca é venerada,
Quando há olhamos, nada vemos,
Parece até mais uma obra desfigurada,
Pois não há beleza que percebemos.
Perdida então, em trapos finos,
Torna-se assim a sua relutância,
Tristeza singela, como de meninos,
Fica-se mórbida na sua jactância.
Mas rica torna-se a sua alma,
De amor é linda, paciente e calma.
Pura e simples como uma criança.
Mais valiosa que ouro de realeza,
É muito querida em nossa lembrança,
Assim ela é de uma rara beleza.