O RÉPTIL E O CARROSSEL

Na austera luz do dia dos sofridos,

rasteja o rude réptil sobre a lama,

secando pele, crosta, seca escama,

ao sol que ri macabro e lança ardidos.

No vivo carrossel dos escolhidos,

o réptil sente sede e não reclama,

matá-la-á, de noite, em dura cama,

nos prantos desses tantos seus doridos.

E na manhã seguinte, lambe o chão,

carrega o enriquecer do algoz patrão.

Arrastos engrenando o carrossel...

Mas ele tem o seu momento céu...

Copula, produzindo mais iguais...

O carrossel precisa de animais.