A VERDADEIRA PEÇA

Não me peça para lembrar os velhos tempos,

Essa peça no meu peito há tempos já se perdeu,

Tal qual a de um quebra-cabeça jogada ao vento,

Que as demais, sem importância, alguém esqueceu.

Não me fale dos teus, gora, desejos saudosos,

Não te mostrarei a verdadeira face da saudade,

Não que tema qualquer deslize ou ato maldoso,

Não, temo muito mais a minha tola realidade.

Prefiro de tudo as minhas doces lembranças,

Que um dia eram abraços, beijos e danças,

Não quero que se tornem um ato de vaidade.

Tenho no ar que respiro e na mente, tuas tranças,

Perfume que me fere a alma, mas que me lança,

Aos tempos em que tudo era sonho, porém verdade.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 23/02/2012
Reeditado em 29/02/2012
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