A VERDADEIRA PEÇA
Não me peça para lembrar os velhos tempos,
Essa peça no meu peito há tempos já se perdeu,
Tal qual a de um quebra-cabeça jogada ao vento,
Que as demais, sem importância, alguém esqueceu.
Não me fale dos teus, gora, desejos saudosos,
Não te mostrarei a verdadeira face da saudade,
Não que tema qualquer deslize ou ato maldoso,
Não, temo muito mais a minha tola realidade.
Prefiro de tudo as minhas doces lembranças,
Que um dia eram abraços, beijos e danças,
Não quero que se tornem um ato de vaidade.
Tenho no ar que respiro e na mente, tuas tranças,
Perfume que me fere a alma, mas que me lança,
Aos tempos em que tudo era sonho, porém verdade.