NUNCA MAIS
Nunca mais pude ouvir o teu cantar,
Passarinho que cantava “bem-te-vi”;
Os pardais ocuparam o teu lugar...
Mas teu canto, animado, não esqueci!
Nunca mais pude ouvir o sabiá,
Na palmeira cantando tão feliz;
O tal galo-de-campina, onde está?
O canário, o pinta silvo e o concriz?
A resposta não demora, alguém diz:
Os levaram pra fora do país!
Foram presos e contrabandeados!...
Que restou, pois, daquela natureza?
Um silêncio nos invade, é a certeza
De que somos nós mesmos os culpados!