SINGULARIDADE

Oh, estrela do céu! Tão distante de mim,

esse brilho que tens reverbera sem fim.

És passado, porém, és de outro universo

paralelo a este meu, singular e perverso.

Oh, meu raio de luz! Tão perfeito és assim

como eu vejo daqui, o ideal serafim.

Da matéria que és, sou grãozinho disperso;

da poeira que sou, és completo, o inverso.

Num carbono da Terra, em diverso sentido,

vislumbrei a razão de um planeta perdido,

que não teme o calor de estrelas candentes;

dele posso tocar o meu sol de mais perto,

sem notar um senão que me impeça. Deserto!

Desafio estas leis – luto contra as correntes.

nilzaazzi.blogspot.com.br