AÇOITE...

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Ainda é madrugada tão profunda,

Eu choro esta tristeza, amarguras...

Ó sol, porque não vens lá das alturas,

Dar luz a esta saudade que me afunda?

Que noite tão terrível que m’inunda!

Enchendo-me de sombras, de loucuras,

Trazendo-me aos olhos as agruras;

Penumbra tão plangente tão mais funda!...

Quem dera a aurora se apressasse,

Chegando altaneira e derramasse,

O véu mais que dourado pela noite!...

Assim, eu não teria mais o sonho,

Amargo, de sentir-me tão tristonho,

Sem ter-te meu amor; fim deste açoite!...

Aarão Filho

São Luís-Ma, 22 de Fevereiro de 2012.