Soneto da Revelação
Somente nos reflexos da sua retina
poética que ele vê a solene imagem
que, impávida, se impõe sobre a neblina,
mas indistinta entre o real e a miragem.
Rabisca forte, então, o verso que assina
todo e qualquer desvario da mensagem,
pois um poeta, por utópica rotina,
não herda do homem a timidez da linguagem.
Esquecendo sua bagagem na estação
do real, toma assento no outro trem,
que corre pelos trilhos da inspiração...
E conta neste soneto (para alguém),
que é o homem, de olhos secos de ilusão,
que, de versos vãos, faz um poeta refém.
Somente nos reflexos da sua retina
poética que ele vê a solene imagem
que, impávida, se impõe sobre a neblina,
mas indistinta entre o real e a miragem.
Rabisca forte, então, o verso que assina
todo e qualquer desvario da mensagem,
pois um poeta, por utópica rotina,
não herda do homem a timidez da linguagem.
Esquecendo sua bagagem na estação
do real, toma assento no outro trem,
que corre pelos trilhos da inspiração...
E conta neste soneto (para alguém),
que é o homem, de olhos secos de ilusão,
que, de versos vãos, faz um poeta refém.