Rubra Sinfonia

Instrumentos se erguiam pelo Céu;

E soava, o Vento, a sinfonia alada;

Co'harmonia medonha, tão pesada;

Que caía na Terra em negro véu.

O rubro Céu dançava na babel;

Desta orquestra sinistra e agitada,

Que, ao som de cada sopro, cada arcada,

Se contorcia em fúria dada ao léu.

A música avançava sem compassos;

Co'acordes dissonantes e mui crassos;

De sons enfurecidos já em guerra.

E, em macabra tormenta carmesim,

Desceu o Céu, ao toque do clarim,

E fartou-se de Sangue o breu da Terra!

Ivan Eugênio da Cunha
Enviado por Ivan Eugênio da Cunha em 21/02/2012
Reeditado em 21/02/2012
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