O AMOR QUE SE FOI
Por todos os cantos dessa desolada vida
Procuro um pedaço ferido de mim mesmo,
Perdido naquela tarde jamais esquecida
Onde fui jogada no desamparo a esmo.
Aos cuidados de um destino, mais inadimplente
Que me deixou sobrar gemendo pelas beiradas
De um tempo passado hoje sinto-o presente
Em minha alma, deveras pobre, esfarrapada.
Vivo só de clamores em olhos lacrimejando
No vazio dos anos em que o amor se foi,
Deixando-me nua de sentimentos por aí.
Sou apenas um vulto perdido emigrando
Na vida sem expressão onde o amor sem me dizer oi
Deixa para trás os gemidos de vários ais que me sorri.
O FILHO DA POETISA