MIGALHAS

Sublime amor, perfeito amor, garanto,

desde que um dia tudo teve fim,

deixo a distância ter lugar em mim

– aumento assim a saga deste canto!

Se toda estrela brilha e nisso insiste

e perambula espaço afora, bela,

o pranto eterno deste vate, sela,

ao cintilar ante o semblante triste.

Como um planeta a perseguir o sol,

gira imantado, um mero seguidor,

bebo das luzes deste antigo amor,

desde os primeiros raios do arrebol.

Num mar de estrelas, célere, disperso

Migalha e areia, trastes do meu verso.

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