Minha Espera
Não espero que, além daquele monte,
haja um campo coberto pelas flores;
De mil cores, mil formas, mil olores,
E seja, de alegrias, farta fonte.
Não espero que a treva d'horizonte;
Se desfaça em aurora vária em cores,
Espantando os fantasmas e os horrores;
Que assombram a minh'alma tão insonte.
Não espero que o tempo finde a inglória;
E dissipe os pesares nebulosos;
Que exalam do flagrar de meu inferno.
Espero a cama lúrida e marmórea,
Pois meus ais são bocejos dolorosos;
Clamando pela paz do sono eterno.