Minha Espera

Não espero que, além daquele monte,

haja um campo coberto pelas flores;

De mil cores, mil formas, mil olores,

E seja, de alegrias, farta fonte.

Não espero que a treva d'horizonte;

Se desfaça em aurora vária em cores,

Espantando os fantasmas e os horrores;

Que assombram a minh'alma tão insonte.

Não espero que o tempo finde a inglória;

E dissipe os pesares nebulosos;

Que exalam do flagrar de meu inferno.

Espero a cama lúrida e marmórea,

Pois meus ais são bocejos dolorosos;

Clamando pela paz do sono eterno.

Ivan Eugênio da Cunha
Enviado por Ivan Eugênio da Cunha em 18/02/2012
Reeditado em 27/05/2012
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