Conto de um Carnaval
Conto de um Carnaval
Jorge Linhaça
Águas salinas envolvem-me a alma
Entre a tristeza e a alegria
Mais uma noite antecede ao dia
E pelas ruas a morte se espalma
A ceifadora trabalha com calma
Sega a seara, que mais não faria?
Se é sua sina, veloz ou tardia
Traz nossos nomes escritos na palma
Enquanto nasce mais um carnaval
Vão-se os nomes se acumulando
Trabalha a foice mais que o normal
Vão-se os nomes das mãos se apagando
Quando encontram o instante final
E obedecem à voz de comando