CORAÇÃO X RAZÃO
chamam-me mestre, mestre sim – da desventura;
em alicerçar mais e mais a solidão.
sei não, se já foi pedreiro meu coração,
mas sinto que ele se compraz nesta aventura.
não fora assim, ou fosse ele menos babão,
se exigisse da consorte menos cultura;
se somente a meiguice bastasse e a ternura,
mil balzaquianas me estariam à mão.
coração e alma, em desacordo com a mente,
não reparam no tempo, discutem questões,
em sonhos amam... e choram amargamente.
sabem-se irmãos no sentir. têm suas razões,
entre si acerbas rusgas há frequentemente.
pura é a alma; já o coração quer loucas paixões.
Afonso Martini
170212
chamam-me mestre, mestre sim – da desventura;
em alicerçar mais e mais a solidão.
sei não, se já foi pedreiro meu coração,
mas sinto que ele se compraz nesta aventura.
não fora assim, ou fosse ele menos babão,
se exigisse da consorte menos cultura;
se somente a meiguice bastasse e a ternura,
mil balzaquianas me estariam à mão.
coração e alma, em desacordo com a mente,
não reparam no tempo, discutem questões,
em sonhos amam... e choram amargamente.
sabem-se irmãos no sentir. têm suas razões,
entre si acerbas rusgas há frequentemente.
pura é a alma; já o coração quer loucas paixões.
Afonso Martini
170212