A MESMA LUZ

Fulge o sol ante os meus olhos cansados,
Triste é a alma, é porto em um deserto mar,
Estranho o que sinto, o labirinto me deixa destoado,
Caminho, caminho... e não chego a nenhum lugar.

Desejo, pelejo, vejo meus eus embaralhados,
Grito! meu grito em verdade é revolta, rasga o ar,
Tento espantar a loucura que se espraia ao meu lado,
Divago... de tão vário ouço você me chamar.

Nada sou, embora, seja alguém descompassado,
Mas, nas frondes do ser um pássaro insiste em cantar,
Nesse canto sobrevivo... um pouco esperançado.

Pois o porto ainda que sozinho, é alcançado,
Pelos raios multicores, renovadores da luz solar,
A mesma luz tão solidária ao meu estado.