NÃO SE MATA POR AMOR

Para Camila S. Araújo- Homenagem póstuma

NÃO SE MATA POR AMOR

Minha deusa, ouve: estou absorto

Fitando-te em nuvens e jardins,

Talvez as borboletas lá do horto

Sejam teu disfarçar de querubim...

Voas... A aurora vem... Raia nas flores

Dentro de orvalho o sol, quais diamantes...

E avisto teu olhar cheio de amores...

E as dores me encontram palpitantes.

Falas! Eu ouço: E ouvindo a voz do amor...

Que amor?... Eu pergunto ao algoz...

E o dobre tange exéquias de uma dor...

E a noite veio, e veio ali após

O silêncio e o orvalho em uma flor;

E uma tristeza infinda entre nós.

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 15/02/2012
Reeditado em 06/03/2012
Código do texto: T3501783