NÃO SE MATA POR AMOR
Para Camila S. Araújo- Homenagem póstuma
NÃO SE MATA POR AMOR
Minha deusa, ouve: estou absorto
Fitando-te em nuvens e jardins,
Talvez as borboletas lá do horto
Sejam teu disfarçar de querubim...
Voas... A aurora vem... Raia nas flores
Dentro de orvalho o sol, quais diamantes...
E avisto teu olhar cheio de amores...
E as dores me encontram palpitantes.
Falas! Eu ouço: E ouvindo a voz do amor...
Que amor?... Eu pergunto ao algoz...
E o dobre tange exéquias de uma dor...
E a noite veio, e veio ali após
O silêncio e o orvalho em uma flor;
E uma tristeza infinda entre nós.