ORGULHOSA PULGA

Sob a vergasta negra ou coruscante

Que vem da imensidão azul do espaço,

Rola a Terra e se enrola, sempre avante,

Atada à gravidade, num abraço.

Segue na direção estonteante,

Pelo sol, arrastada passo a passo,

Buscando o nada cósmico, distante,

Sempre rolando e sem deixar um traço.

E nela vamos nós encarapitados

Qual pulga no elefante ou, soldados

Com um revólver contra a bomba atômica.

E há certas pulgas, como um simples verme,

Que, querendo dominar o paquiderme,

Esquecem DEUS na física astronômica!

Salé, março de 2002 Lucas