"RITMO DE VIDA"
Por que esse amor tão extravagante
E até imensurável aos seus netos
Que trazem de volta o ciúme excitante
Dos filhos que agora se sentem desafetos?
Por que essa ternura de forma declarada
E até abusiva aos filhos de sua filha
Que no seu tempo não viu tamanha estrada
E que pareceu tornar-se-lhe uma ilha?
Por que tanta dedicação, tanta presença físico-emocional
Aos que agora surgem sem tamanha ligação
Dado que eles ora são sua segunda geração?
Tantas perguntas ao vento solfejadas em contestação
Se os filhos crescem na ausência convencional
Dos pais que se atrelam ao ritmo da viga conjugal.
(ARO. 1998)