"RITMO DE VIDA"

Por que esse amor tão extravagante

E até imensurável aos seus netos

Que trazem de volta o ciúme excitante

Dos filhos que agora se sentem desafetos?

Por que essa ternura de forma declarada

E até abusiva aos filhos de sua filha

Que no seu tempo não viu tamanha estrada

E que pareceu tornar-se-lhe uma ilha?

Por que tanta dedicação, tanta presença físico-emocional

Aos que agora surgem sem tamanha ligação

Dado que eles ora são sua segunda geração?

Tantas perguntas ao vento solfejadas em contestação

Se os filhos crescem na ausência convencional

Dos pais que se atrelam ao ritmo da viga conjugal.

(ARO. 1998)

Profaro
Enviado por Profaro em 15/02/2012
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