QUESTÃO DE GOSTO
Pé ante pé entrei naquela sala;
A sala escura tinha odor estranho,
Odor de um tipo ácido que cala
E jamais sai, nem mesmo após um banho.
Junto às paredes, algo que resvala
Escorre um fio, um líquido castanho;
Pinga no chão, a coisa aguada e rala,
Deixa no ar um cheiro sem tamanho.
Tomei a jarra, ali deixada à mão,
Voltei-me então e fui para a saída
E só então olhei para a bebida.
Pensei comigo, – mas que confusão!
Se comentar, pareço intrometida,
Mas esta safra deve estar vencida...
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