AMBÍGUA Edir Pina de Barros Odeio e amo! Sofro desse mal! Eterna ambigüidade desumana que vem e me avassala - é tão tirana - tornando-me insensato animal. Amo e odeio! Ambígua, sou dual! E olho nos teus olhos, soberana, Sentindo tanta ira! Tanta gana De ser cortante, feito um bom punhal! Odeio e amo! Quanta ambigüidade! E assim te odeio só pela metade, E a outra te quer mais que a própria vida. Mas quando tu me tocas tudo esqueço, E tu me tens inteira e pelo avesso Louca d’amor, tão lânguida e vencida! Brasília/DF 31/08/2011 Edir AMOR SOFRIMENTO Odir Milanez Amor que faz sofrer, não é amor. É paixão sem sentido e passageira, assombração de fé, febril zoeira que chega, senta e sai cheirando a dor. Amor é som soante em cachoeira, é tepidez, esquento, sem queimor, que nunca sai e vai por onde for o amor de um, em dois, a vida inteira. Não é amor o amor que é sofrimento. A magia lhe falta do carinho. Falta-lhe a eternidade do momento. Para sofrer de amor pelo caminho, é bem melhor seguir a voz do vento: vogar, volver, voar, vagir sozinho. JPessoa/PB 15.02.2012 oklima
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