A CIGANA Odir Milanez Dizia-se cigana. Parecia vestida de vestal. Os ombros nus, sobre o peito prendendo Cristo à cruz, a falar do futuro que sabia. Pediu-me ler a mão. Enquanto lia, os olhos verdes espargindo luz, dois seios semelhando dois cuscuz vim a ver no decote que se abria! Narrou caso de amor jamais vivido, deu-me dinheiro, terras, muitos bois, e lhe paguei por tanto haver mentido! Sorriu, piscou, partiu. Logo depois, danei-me a desvairar, sob o vestido, dois seios lindos, lindos seios dois! JPessoa/PB 14.02.2012 oklima
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