Frevo-Poesia
Qual um frevo-de-rua, passo a passo,
a saudade (distinta bailarina)
põe um pé sobre a terra nordestina,
quando outro levita no espaço.
Ferve a "mente-poeta" essa usina
que extrai energia do cansaço
e o amor embutido no abraço,
que o passista enlaça a daçarina.
Qual um frevo-canção do Vassourinhas,
os meus versos empunham as sombrinhas
que rodaram meus sonhos algum dia.
Ferve a "alma-poeta" essa arte
que desfaz, da saudade, o estandarte,
quando o frevo sucumbe à poesia.