"QUEM ME DERA A SORTE!..."

Eu sei que sou um ser ignorado como tantos na vida,

Impregnado de vícios, amargurado pelas injustiças.

Eu sei que estou de passagem, e ela só vale a ida,

A volta é a busca através das lutas sem cobiças.

Eu sei que vou passar, mas por algum tempo lembrado

Pelas mesmices, e até mesmo como figura de correção.

Eu sei que sou o mesmo que era há tempos passados,

Pois nem o passar dos anos me induziu à mutação.

Eu sei que estou a menos de meio caminho da morte,

Pois chegar aos oitenta, hoje é uma bênção Divina.

E eu sei que isto me seria mais do que sorte.

Após tudo que sei, e convicto de nada ser fantasia,

Tenho agradecido a Deus por fazê-Lo minha fiel doutrina,

E com isto assegurar-me mais uns anos de Sua simpatia...

(ARO. 1994)

Profaro
Enviado por Profaro em 10/02/2012
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