"QUEM ME DERA A SORTE!..."
Eu sei que sou um ser ignorado como tantos na vida,
Impregnado de vícios, amargurado pelas injustiças.
Eu sei que estou de passagem, e ela só vale a ida,
A volta é a busca através das lutas sem cobiças.
Eu sei que vou passar, mas por algum tempo lembrado
Pelas mesmices, e até mesmo como figura de correção.
Eu sei que sou o mesmo que era há tempos passados,
Pois nem o passar dos anos me induziu à mutação.
Eu sei que estou a menos de meio caminho da morte,
Pois chegar aos oitenta, hoje é uma bênção Divina.
E eu sei que isto me seria mais do que sorte.
Após tudo que sei, e convicto de nada ser fantasia,
Tenho agradecido a Deus por fazê-Lo minha fiel doutrina,
E com isto assegurar-me mais uns anos de Sua simpatia...
(ARO. 1994)