Ave do Paraíso

Da vida cuja alea boa não mais muda,

Da ave que em ti fez tão esmero ninho,

Do ser que em ar não voa mais sozinho.

Sim! É desta ave que o cantar se ausculta:

- O ar de teu céu é minha liberdade!

- A água em tuas fontes, o meu refrigério!

- Os galhos em tua terra, meu império,

pois em dança me afasto a castidade!

O escarlate que veste a outras terras

não pode adornar, debalde, teu siso,

porque és a fértil terra que não erras.

És perfeita, és genuína, és meu asilo,

és em mim o que a graça nos encerra:

"Paraíso e Ave do paraíso"