FANÁTICO [CCCXIX]

Difícil te explicar por que me inspiras:

sei só que tu me importas loucamente,

sem farsas, sem engodo nem mentiras,

igual à peça que eu não tinha à mente.

Basta que mais te pense, por instante,

já me ponho em teu ser entrelaçado,

em ti preso, nos moldes de um amante,

como a chave enterrada ao cadeado.

Ao ver-te, sinto qual ouvisse harpas,

em êxtase, que nem um ser lunático,

ante os patetas que nos joguem farpas.

Sensível, pois, e queda ao meu apelo,

nem notarás por ti que sou fanático

– e a cujo amor eu mais terei desvelo.

Fort., 09/02/2012.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 09/02/2012
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